Desde 2011, quando a Hughes conquistou junto à Anatel a posição orbital de 45W e as frequências em banda Ku para uma operação de DTH, se espera a entrada do grupo de Charles Ergen no mercado de TV paga brasileiro. Ergen é controlador da Hughes e da Dish, segunda maior operadora de DTH dos EUA. O fato de a posição ter sido adquirida por US$ 90 milhões (um valor sem precedentes mundiais) só aumentou as especulações sobre um plano agressivo para o país.

Uma parceria com a Telefônica e com a Oi chegou a ser ensaiada, e depois um acordo de intenções com a GVT foi anunciado, mas nenhuma das estratégias foi adiante. Desde então o futuro da entrada da Dish no país é um mistério. Nesta quinta, 22, Délio Moraes, CEO da Hughes no Brasil, só aumentou o nível de suspense. "O que eu posso dizer é que um satélite para a posição está pronto e será lançado", disse ele, durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, organizado pela Converge (que edita este noticiário). "Mais que isso, se haverá uma operação de DTH ou não, eu não posso dizer, porque não tenho informação", disse ele. A colocação do satélite na posição é uma obrigação regulatória para evitar a perda da autorização, "e isso será cumprido".

O cronograma da Hughes para colocar o satélite no ar (outubro deste ano) só não será cumprido à risca, disse Moraes, porque houve o acidente com o foguete da SpaceX, que fará o lançamento, e isso alterou o cronograma de lançamentos. "Mas o satélite será colocado lá", reiterou o executivo. Trata-se de um satélite ideal para DTH (banda Ku BSS), que foi o objetivo principal da Hughes ao comprar a posição em 2011, apesar de a autorização incluir também o uso de frequências de banda Ka e banda S. Segundo o CEO da Hughes, o fato de a Anatel não ter aceitado o pedido da empresa para separar as frequências em autorizações distintas não atrapalha em nada os planos da Hughes, já que a prioridade sempre foi a banda Ku.

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