Embora o negócio tenha sido recém anunciado, a Anatel aparentemente não vê obstáculos à compra da DirecTV pela AT&T – a empresa de TV paga detém as operações da Sky no Brasil. O entendimento é de que o mercado nacional de TV por assinatura é suficientemente competitivo.

“Vai passar pela Anatel porque envolve a mudança de sócio em empresa que atua e, especialmente, possui radiofrequências no Brasil. Vamos avaliar impactos de eventuais participações em outras empresas, mas em princípio já temos um mercado competitivo”, avalia o vice presidente da agência, Jarbas Valente.

Sobre a participação da AT&T na América Móvil, que controla a NET, principal competidora da Sky no Brasil, Valente lembra que só se considerada uma relação de coligadas participações superiores a 19,9% no capital. Embora ressalte a questão de presença de representantes no conselho de administração.

De fato, a AT&T tem membros indicados ao conselho da América Móvil, mas ao anunciar a compra da DirecTV, a operadora americana já destacou as mudanças que fará imediatamente nessa questão específica com o intuito de evitar embaraços à aprovação do negócio.

“Para facilitar o processo de aprovação regulatória na América Latina, a AT&T pretende se desfazer de seus interesses na América Móvil (...). Representantes da AT&T no conselho diretor da América Móvil vão submeter sua renúncia imediatamente para evitar até mesmo a aparência de conflito”, anunciou a AT&T.

Portanto, para fugir dos eventuais conflitos de interesse, a tele americana já indicou a intenção de vender os cerca de 8,4% de ações da empresa mexicana – por estimados US$ 6 bilhões. O negócio como um todo de compra da DirecTV envolve o pagamento de US$ 48,5 bilhões, além de outros US$ 18,6 bilhões em dívidas que serão assumidas pela compradora. A Sky ocupa a segunda posição no ranking de assinantes no Brasil.

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